É cedo que se aprende

Uma vivência diferente. Acordar cedo, meditar, praticar o kundalini yoga, ouvir contação de histórias, lutar gatka (arte marcial indiana), fazer caminhada cega (com os olhos vendados) e em silêncio, arvorismo, tomar banho frio na cachoeira, observar estrelas, ter aulas de culinária, jogos teatrais, jogos em equipe... Em julho deste ano, uma turminha de 16 crianças, entre 7 e 12 anos, viveu a experiência de uma acampamento dhármico em Casa Branca, município de Brumadinho.

A atividade derivou da programação extracurricular da Associação Brasileira dos Amigos do Kundalini Yoga (Abaky) e teve um retorno muito positivo. "Os meninos se entregaram profundamente. Muitos deles estavam tendo o primeiro contato com a prática. Tivemos uma participação total, eles toparam meditar cedo, caminhar em silêncio. Foi muito harmonioso e muito tranquilo", revela Siri Sahib, professor do programa extracurricular e coordenador da acampamento.

O poder de aceitação dos pequenos é coisa que realmente agrada aos orientadores. "Se a gente pode começar a prática de atividades holísticas cedo é outra história! Podemos proporcionar um futuro melhor e mais consistente. Eles não questionam, recebem a aula de uma forma natural, como parte da vida deles", defende Dayse Travisani, professora de kundalini yoga e mãe de Victor, 4, e Henrique, 2. Além de dar aulas para os pequenos, Dayse coordena o curso de formação de professores em kundalini yoga para crianças. Seus filhos acompanham de longe a movimentação em seu centro de yoga, no bairro Santa Tereza, mas também se entregam sem resistências à meditação, à yoga, ao uso do turbante e aos nomes espirituais.

A conversa com a meninada revela, de fato, a naturalidade com que elas encaram a prática e como a yoga tem feito parte de suas vidas. Elis Matos Wollf, 9, é filha de pai professor de yoga e, apesar de não participar de uma turma regular, adora a atividade, a meditação, e seu nome espiritual - Guru Mander. Quando questionada pelos colegas de escola, alerta: "Vocês estão perdendo a oportunidade de ficar mais espertos e de aprender como tem outras coisas boas no mundo", revela.

Fonte: Jornal Pampulha

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