Era uma vez um homem que não conseguia encontrar seu machado. Ele suspeitava do filho do vizinho, porque o rapaz caminhava como um ladrão, parecia um ladrão, e falava como um ladrão. Na manhã seguinte o homem encontrou o machado, quando se lembrou onde o deixara. Na próxima vez que ele viu o filho do vizinho, o rapaz caminhava, parecia e falava como qualquer outra criança.
Comentário Espiritual:
Este antigo conto de Lao-Tzu retrata em cinco atos a causa e a resolução de todos os conflitos, seja na família, entre vizinhos, ou entre as nações.
Ato um: uma mudança externa ocorre.
Ato dois: nós nos tornamos infelizes com a mudança, e rapidamente encontrarmos algo ou alguém para culpar.
Ato três: a nossa infelicidade altera nossa percepção e julgamos erroneamente ter encontrado "o inimigo".
Ato quatro: a causa externa de nossa infelicidade é removida.
Ato cinco: a nossa percepção clareia e nós vemos as coisas como elas simplesmente são.
Infelizmente, muito poucas pessoas chegam ao quinto ato. Uma vez que tenhamos identificado o "inimigo", o ego constrói um processo de racionalização formidável para assegurar que sempre nos sintamos assim com relação a pessoa ou evento. Por que é tão difícil de admitir que estávamos errados, ou de pedir desculpas a alguém? Porque nós investimos muita energia na construção da nossa fachada hipócrita, e o ego vai fazer praticamente qualquer coisa para manter a consistência e nos manter longe da Verdade, que só Deus é real, tudo o resto é apenas o seu sonho.
Portanto, o truque principal do ego é dar a ilusão de permanência para os fenômenos da natureza transitória. Como diz o ditado, "Se você contar uma mentira muitas vezes, torna-se aceito como verdade, e, quanto maior a mentira, o mais provável é ser aceito."
Fonte: comentário espiritual de Amma extraido de "Palavras Divinas de Amma" http://www.care2.com/c2c/groups/disc.html?gpp=1055&pst=9479