Pesquisa demonstra os benefícios da ioga

 

Que a ioga é relaxante e faz bem para saúde, isso todo mundo sabe – ou pelo menos supõe. Mas uma pesquisa brasileira mostrou cientificamente os efeitos benéficos desta prática oriental sobre a saúde. O estudo mensurou a redução dos níveis de depressão e ansiedade após sessões de ioga com voluntários.

– A ioga acalma a mente e por isso age sobre estes distúrbios. A pessoa ansiosa, por exemplo, está sempre pensando ou fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo. O ioga trabalha justamente na diminuição deste fluxo de pensamento alterado – diz a pesquisadora Thais Godoy, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Segundo seus estudos, a prática do ioga reduziu os níveis de depressão em 68% dos indivíduos que participaram da pesquisa. Os níveis de ansiedade caíram mais: 76% entre os voluntários que praticaram ioga por um período de apenas três meses, em sessões semanais de 40 minutos.

Outro resultado importante da pesquisa: 4% dos voluntários apresentavam quadro de depressão grave antes de começarem as sessões de ioga. Depois de três meses, este índice caiu para zero:

– Eles passaram para um nível de depressão moderada. Ou seja, houve uma boa melhora no quadro – comenta a pesquisadora.

A pesquisadora faz questão de ressalvar, no entanto, que a ioga não é uma panaceia:

– A ioga é uma técnica complementar. Não substitui o tratamento convencional – esclarece a pesquisadora da Unifesp.

A pesquisadora fez o estudo com funcionários de uma grande empresa de São Paulo, partindo da premissa que ali encontraria pessoas com nível de estresse mais alto.

– Os voluntários não podiam estar tomando medicação psiquiátrica nem fazendo terapia, para não mascarar os resultados – diz.

Antes de começarem as sessões de ioga, os voluntários tiveram que responder questionários para a medição dos níveis de depressão e ansiedade. O questionário, que segue um padrão internacional de abordagem, buscava informações sobre trabalho, vida pessoal e familiar, situação financeira e presença de doenças como diabetes e hipertensão.

Após a coleta destes parâmetros, foram realizadas as sessões de ioga durante três meses. Ao fim deste período, os voluntários responderam os mesmo questionários. As respostas então foram comparadas e analisadas por uma equipe de pesquisadores da Unifesp.

Os resultados foram tão animadores, segundo a pesquisadora, que os voluntários passaram a ser adeptos da ioga. Mais que isso, eles fizeram pressão para que a empresa oferecesse sessões de ioga para todos os funcionários.

Marcelo Gigliotti, Jornal do Brasil