Era uma vez um sábio que vivia próximo a um rio. Ele e sua esposa não tinham filhos. Certo dia, quando o sábio estava rezando no meio do rio, uma águia passou sobre ele e soltou uma rata sobre suas mãos. Ao ver a rata em suas mãos, decidiu levá-la para casa, para sua mulher.
Ao chegar em casa, ele contou à sua esposa sobre a rata e decidiram transformá-la em uma garotinha. O sábio e sua esposa começaram a cuidar da menina, criando-a como sua filha. Dia após dia, a garota cresceu, até se tornar uma bela moça de dezesseis anos de idade. Vendo-a já crescida, seus pais decidiram encontrar um esposo para ela. Decidiram pelo Deus do Sol.
Assim, o sábio rezou para que o Deus do Sol aparecesse e, quando este finalmente o fez, pediu-lhe que se casasse com sua filha. Mas a própria moça disse: “Perdoa-me! Não posso casar-me com o Deus do Sol, pois seu brilho é muito intenso e eu seria reduzida a cinzas diante de seu calor e de sua luz”. Descontente, o sábio pediu ao Deus do Sol que sugerisse outro possível esposo para sua filha. O Deus, então, sugeriu o Deus das Nuvens. Este poderia facilmente bloquear os raios do sol.
O sábio, então, rezou para o Deus das Nuvens e, quando este apareceu, levou-o até sua filha. Mais uma vez, a moça não aceitou o pretendente. Ela disse: “Não quero casar-me com alguém tão sombrio quanto ele. Além do mais, tenho medo do barulho que o trovão produz”. Ainda mais abatido, o sábio perguntou ao Deus das Nuvens por um esposo satisfatório para sua filha. O Deus disse-lhe: “Por que você não procura o Deus dos Ventos? Ele pode afastar minhas nuvens facilmente”.
O sábio, então, rezou para o Deus dos Ventos. Ao ver o pretendente, a filha do sábio rejeitou-o, dizendo que não podia casar-se com alguém tão fraco como o vento, que se move a todo instante. Ao ser questionado pelo sábio sobre um esposo satisfatório, o Deus sugeriu o Deus das Montanhas, que é rocha firme e pode facilmente para o vento. Então, o sábio foi até o Deus das Montanhas e pediu-lhe que se casasse com sua filha. Mas esta também o rejeitou, dizendo que ele era demasiado duro de coração para ela, e pediu que seu pai lhe achasse alguém mais macio. O Deus das Montanhas sugeriu, então, que ela se casasse com um rato, que é macio e pode facilmente fazer buracos na rocha.
Finalmente, a filha do sábio se contentou, aceitando casar-se com um rato. Diante disso, o sábio disse-lhe: “Veja o que o destino te reservou, Começaste como rata, e, no fim, casar-se-á com um rato. Que assim seja”. E então a transformou de volta numa rata, que pôde enfim casar-se com um rato.