Além disto, não precisam de agrotóxicos, pois são colhidos prematuramente, ainda com altíssima energia vital.
A alimentação viva - ou raw food - é muito praticada em todo o mundo e pouco difundida no Brasil, embora bons restaurantes já tenham os germinados em seus cardápios.
Aprenda como germinar brotos em casa, além de aprender sobre as propriedades de cada espécie, incluindo o broto de grama de trigo (wheatgrass).
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Aqui apresentamos um método simples e rápido, mas muito eficaz, de fazer brotos em casa.
Em geral, os brotos comprados em supermercados ou comidos em restaurantes naturais são plantados em terra com fertilizantes, o que os torna mais vistosos e bem maiores do que os colhidos pelo método tradicional, explicado aqui. Se você optar por adicionar fertilizante, utilize somente o orgânico, extraído da alga marinha Kelps.
O que nós precisamos, basicamente, é de uma vasilha com tampa, que sirva de mini-estufa, e de um anteparo vazado (escorredor de macarrão ou peneira) que segure os brotos sem reter a água. A umidade é essencial para os brotos, mas eles não poderiam ficar sempre molhados porque não respirariam.
Nas lojas de tupperware ou em casas de 1,99 reais, encontramos diversas vasilhas que podem servir. O quebra-cabeças é apenas na hora de encontrar o escorredor de macarrão ou a peneira, pois a borda deve servir para manter sua base suspensa (onde ficarão os brotos), ou seja, não tocando o fundo da vasilha. Isto, porque a água que ficou nos brotos pode escorrer para o fundo da vasilha - e mantê-los molhados.
Encontramos as duplas dinâmicas vasilha-peneira e vasilha-escorredor em lojas de 1,99 - o que fez o germinário ter o seu custo bem reduzido, em comparação com os vendidos em casas especializadas.
Conseguimos uma vasilha de 5 litros, com tampa, e um escorredor que tem a mesmo diâmetro dela. Já a peneira teve que sofrer uma adaptação. Veja, na figura, que ele fica apoiado pelas curvas da vasilha, não pela borda (como é no caso do escorredor).
Veja que a tampa de nossa vasilha é furada. Isto é necessário porque os brotos devem respirar. Também há furos na parte lateral inferior da vasilha, logo abaixo da peneira (ou do escorredor) para que as raízes respirem.
Vamos fazer estes buracos? Pegue uma tesoura grande, de ponta. Abra-a ao máximo. Envolva-a totalmente em duas voltas de um pano de prato, deixando apenas a ponta mais fina de fora. Agora segure-a firmemente e pressione-a contra a tampa/vasilha, girando-a vigorosamente para ambos os lados. Os diâmetros dos furos podem variar de 5 a 8 milímetros.
Antes de utilizar a vasilha e o anteparo, sugiro lavá-los com sabão e um bom banho de água quente (não fervente, para não derreter). Elas ficam em depósitos que podem ter até ratos (quem sabe? É melhor prevenir, certo?).
Quanto à iluminação: os brotos se adaptaram melhor à germinação com luminosidade ambiente. Tentei a germinação em ambiente totalmente escuro, mas a diferença foi mínima. O mais importante é que os brotos germinados mais à luz produzem mais clorofila, o que torna alguns ligeiramente mais picantes.
Escolha um local arejado, iluminado e longe do alcance direto da luz do Sol para deixar as vasilhas. Outros locais podem causar mofo nos brotos e prejudicar a sua colheita.
O local deve oferecer a alternância do dia e da noite, para que o ambiente natural seja recriado da melhor forma possível.
Para ajudar no empilhamento das vasilhas, eu utilizo as tampas de cabeça para baixo, mas isto em nada interfere. Pode-se utilizar também uma fruteira de metal (15 reais, aproximadamente) para o empilhamento das vasilhas.
Aliás, nunca é demais relembrar o fator energia:
Não coloque suas vasilhas no chão, pois a água atrai qualquer tipo de vida - inclusive as indesejáveis. Coloque a vasilha de baixo sobre um banquinho ou mesa.
Ao manusear seus brotos, tenha pensamentos e sentimentos bons, pois ao final você vai literalmente "comer o que plantou".
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As sementes não são colocadas secas no germinário. Separe uma quantidade de sementes (uma mão medianamente cheia) e coloque-a em uma caneca ou xícara de chá alta.
Cubra as sementes com água filtrada até o dobro da altura que elas alcançaram na xícara. Tampe a xícara com papel alumínio, guardanapo ou um tecido fino.
Lembre-se de furar, com um garfo, o anteparo que cobre a xícara para que haja respiração. Este anteparo pode ser fixado com uma "liguinha" de dinheiro.
Este molho deve ser de, no mínimo, 8 horas e, no máximo, 24 horas. Alguns relataram que o molho de 24 horas dá mais energia para a germinação. Sem dúvida, pois algumas sementes já começam a brotar na própria água.
Não é preciso trocar a água da xícara. Ao retirar as sementes da xícara, não é preciso enxaguá-las. Apenas regue-as após coloca-las no escorredor ou na peneira.
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Abra a vasilha e retire cuidadosamente o anteparo com os brotos. Jogue a água suavemente sobre eles, de preferência aparando-a e espalhando-a com a mão e os dedos, gentilmente.
Lembre-se: é só para umedecê-los, não para "limpá-los".
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Após molhar os brotos, coloque o fundo da peneira sobre um pano de prato limpo ou um papel-toalha para que a água que fica presa entre os poros da peneira seja escoada.
Se os poros da peneira forem muito estreitos, fure com um garfo na extremidade e escoe a água por lá.
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Retire o excesso de água que fica nos poros do escorredor batendo-o levemente contra a pia ou bancada.
Embora algumas fontes sugiram lavar os brotos até 6 vezes por dia, a experiência em Brasília-DF, que é uma região seca, é que 2 vezes por dia são suficientes para um bom crescimento. Isto varia, claro, com a temperatura e a umidade do ar de sua região.
Atenção: os brotos tendem a crescer também para baixo, entrando nos poros do escorredor ou da peneira. Exitem duas possibilidades para lidar com esta situação:
Quando for lavá-los, retire estas "encrenqueiras" cuidadosamente, senão elas podem se quebrar.
Ou, se preferir, deixe como está, pois as raízes ficam suspensas e expostas ao ar, portanto mofam menos que quando retiradas. Porém, algumas serão perdidas na colheita.
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Transfira os brotos colhidos para uma vasilha funda, com água. Agite a água e os brotos vigorosamente com as mãos. Os brotos que oferecem cascas deverão soltá-las em grande parte. A agitação da água também permite limpar os resíduos metabólicos (açúcares) das superfícies dos brotos, o que evita a formação de gases no seu organismo.
Os sabores dos brotos não são primores para satisfazer nenhum gourmet, mas eles são tão saudáveis que uma dieta à base de brotos pode melhorar e muito a sua saúde. Portanto, experimente cada um em separado e veja quais as misturas que você mais gosta.
Se você ainda não está acostumado(a) aos sabores dos brotos, enriqueça a comida do dia a dia ou a salada. Alguns têm gostos mais picantes, outros mais amenos.
Experimente misturá-los ao Tofú (queijo de soja) com azeite de oliva e orégano (esfregue este entre as mãos antes de jogar sobre a comida).
Se você gosta de um toque doce, experimente cortar cubos pequenos de maçãs (sem casca e sem sementes) e misture com uvas-passas e com os brotos (inteiros). Misturar flores comestíveis ("capuxinhos") também dão um toque especial.
Outras boas misturas são tahini (pasta de gergelim), babaganoug (pasta de berinjela com tahini) e a própria berinjela assada no forno (asse bastante no forno, bata, sem a casca, com algumas gotas de limão e azeite de oliva, no liquidificador). Ou seja: invente e tente! (e depois envie a receita para mim, ok? ;)
Brotos crus também são bons para misturar a sopas de legumes, principalmente às mais consistentes (batidas no liquidificador) como a de abóbora com ervilhas. Experimente a sopa de brotos colhidos a 1 ou 2 dias.
Saladas de brotos, temperadas à gosto, também são opções para quem não os aprecia in-natura
Lembre-se que todo alimento cozido perde as enzimas que ajudam na digestão, assim como boa parte da energia vital. Prefira comê-los crus ou misturados com cozidos.
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- Os brotos são 80% água, portando utilize, preferencialmente, uma fonte de água filtrada para molhá-los.
- Antes de comê-los ou cozinhá-los, lave-os com água em abundância para retirar os resíduos metabólicos. Eles podem causar gases.
- Veja com atenção as observações sobre cada uma das sementes citadas abaixo. Algumas não devem ser germinadas.
- Para conservar os brotos de um dia para o outro, depois da colheita, coloque-os secos em um saco plástico, retire o ar e leve-os à geladeira. Não é aconselhável guardá-los por mais de um dia ou deixá-los de fora, pois perdem suas propriedades facilmente. Em restaurantes, se você sentir o gosto ou o cheiro meio azedo, prefira não comê-los.
- Para evitar gases, que são causados pela comida que não foi totalmente digerida, tente o seguinte:
- Mastigue bastante antes de engolir, de preferência misturando muita saliva à comida.
- Evite comer com nervosismo ou estresse.
- Lave sempre – e bem – os brotos antes do consumo. Isto retira os açúcares (oligossacarídeos, ou carboidratos que produzem poucos monossacarídeos na hidrólise – processo digestivo) criados na superfície pelos processos metabólicos.
- Misture a eles uma pequena quantidade de gengibre ou açafrão (que é um tipo de gengibre), seja em pó ou frescos. Isto ajuda a digerir melhor as proteínas dos brotos.
- Gengibre é considerado como um supremo “digestor” de toxinas, segundo a Ayurveda (referência: Robert Svoboda, "Ayurveda: Life, Health, and Longevity", pg.130)
- Açafrão é considerado a melhor medicina pela Ayurveda (referência: Vasant Lad and Usha Lad, "Ayurvedic Cooking for Self-Healing", pg. 216)
- Brotos de “fenugeek” são considerados excelentes digestivos. Pode-se adicionar ou as sementes na mistura de brotos ou os próprios brotos, que crescem rapidamente.
- Erva-doce (funcho) pode ser ingerida como estímulo digestivo:
» Em pó (1 colher de chá), com água morna, 30 minutos antes da digestão;
» Na forma de brotos (demoram para crescer);
» Em sementes hidratadas, mastigadas após a refeição (ficam mais amargas). - Use temperos anti-gazes em pequenas quantidades, como o coentro e o cominho, em pó ou hidratados ou em brotos (de 1 a 1,5 dias).
- Coma os feijões maiores somente depois de vários dias de germinação. Prefira os feijões que são menores (azuki, moyashi etc)
- Evite os brotos de leguminosas, pois eles causam mais gazes.
- Use temperos digestivos em pequenas quantidades, em pó ou hidratados ou em brotos, como o cardamomo (os frutos dele), a mostarda, o cominho e a canela.
- Use óleos naturais, que são anti-gazes: tahini (óleo de gergelim), brotos de girassol (antes de germinarem as folhas), abacate, óleo de girassol, nozes em geral.
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Geralmente, qualquer semente que você compra para cozinhar servirá para germinar os seus brotos. Tenha apenas o cuidado de escolher sementes orgânicas (sem agrotóxicos), não-irradiadas (senão não germinarão) e não-transgênicas.
Elas são facilmente encontradas em lojas de produtos naturais e restaurantes vegetarianos e geralmente trazem a palavra "orgânica" destacada na embalagem . Desconfie de sementes encontradas em supermercados ou que não constem como orgânicas.
Além das citadas abaixo, você poderá encontrar outras opções, mas vá com calma até se acostumar ao plantio.
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Existem vários tipos de germinários, desde manuais, passando por semi-automáticos e até totalmente automáticos. Geralmente, os automáticos chegam a alcançar custos altos e não são facilmente encontráveis no Brasil. Como o nosso clima é bem diferente do europeu e do norte americano, acho arriscado comprar um vindo destes países.
O mais fácil de fazer e de adaptar é o "saco de linho". Ele forma uma mini-estufa para os brotos germinarem. Note que o saco é preto, mas o linho provê a respiração dos brotos. O ritual é simples: coloque a boca do saco na torneira (de um filtro de parede ou com um certo fluxo d'água) e deixe a água fluir por alguns segundos por entre os brotos. Depois, pendure novamente o saco em algum lugar arejado, sem vento e sem incidência direta da luz do Sol.
Alguns brotos se adaptam bem, mas outros mofam rapidamente. O aconselhável, para quem quer utilizar este método, é colher os brotos antes que haja qualquer mofo, ou seja, de 1 a 4 dias do início da germinação.
:: Notas ::
[1] Sucoterapia - Dr. Francisco Brisido Leal - [link]
[2] Rudolfo Pacheco é nosso colaborador, webmaster do site Aldomon - [link]
[3] Alimentação Alternativa & Ervas Medicinais - Alexandre Pimentel - [link]
[4] Website do Depósito Itapuã - [link]
[5] ACP - experiência própria.
Fonte: Tudo Sobre Plantas